João Paulo Bezerra Fernandes
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O cérebro não sente dor!

 O cérebro não sente dor!

The brain does not feel pain
The brain does not feel pain

A dor é uma resposta a algum desconforto que tira o corpo do equilíbrio. Graças a existência de estruturas especializadas que captam as diferentes sensações é que conseguimos distinguir os diferentes tipos de dores e as regiões em que estão afetando. Sendo chamadas de células nociceptores, elas estão presentes tanto na nossa pele quanto em camadas mais internas do nosso organismo. 

Todavia, algo que poucas pessoas sabem é que o cérebro humano carece de estruturas nociceptores, isto implica que o cérebro em si não possui receptores para sensações dolorosas, ou seja, não sente dor. 

Apesar disso, o cérebro possui regiões delicadas que podem comprometer a saúde do paciente quando atingidas ou manipuladas de maneira errada. Por este motivo, alguns procedimentos necessitam de testes durante a realização para garantir que a técnica empregada está sendo efetiva e trará melhorias para o paciente. Assim, em alguns casos, os pacientes permanecem acordados durante as cirurgias para responder a estímulos e executar atividades que demandam da região cirurgiada.

Vale salientar que a realização desses procedimentos, as chamadas craniotomias com paciente acordado, são previamente planejadas baseadas em exames pré-operatórios, como a ressonância magnética, e também no prognóstico do paciente. Por isso, é importante que a equipe conte com um aparelho de neuronavegação, como o TMS M-100, para realizar a marcação dos pontos de lesão e pontos a serem operados, garantindo a eficácia e sucesso do procedimento. 

Além disso, outra curiosidade é que o paciente não permanece acordado durante toda a cirurgia. Inicialmente, o anestesiologista aplica um anestésico local para que ocorram as primeiras incisões no crânio, já que existem células sensíveis a dor nas meninges, escalpe e também no periósteo, enquanto isso, o paciente encontra-se sedado. Após as incisões e chegada na região de interesse, o paciente é acordado para a realização dos testes e início dos procedimentos cirúrgicos.  

Atualmente, essa técnica cirúrgica vem sendo empregada em tratamentos distintos, seja no tratamentos de epilepsia, na remoção de tecidos, na reparação de vasos do encéfalo até a implantação de eletrodos para o tratamento da doença de Parkinson, tremores essenciais e distonia. Assim, os neurocirurgiões vem desenvolvendo novos métodos visando sempre o ganho de qualidade de vida das pessoas que necessitam. 

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Referências

BARROS. F.S.Você Você sabe como funciona a cirurgia cerebral com o paciente acordado?. In: Pubmed, 2017. Disponível em: https://pebmed.com.br/como-funciona-a-cirurgia-cerebral-com-o-paciente-acordado/

FROST, Elizabeth AM; BOOIJ, Leo HDJ. Anesthesia in the patient for awake craniotomy. Current Opinion in Anesthesiology, v. 20, n. 4, p. 331-335, 2007.

MANNINEN, P. H.; YEOH, T. Y. Awake Craniotomy. In: Essentials of Neuroanesthesia. Academic Press, 2017. p. 489-501.

 

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Jackson Cionek

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