Jackson Cionek
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Quando o Toque Aprende Quem Eu Sou: Háptica Neuroadaptativa e o Corpo que Treina a Tecnologia

Quando o Toque Aprende Quem Eu Sou: Háptica Neuroadaptativa e o Corpo que Treina a Tecnologia

A partir de Gehrke et al. (2025), “Neuroadaptive haptics for adaptive XR systems”


Introdução — Consciência Brain Bee em Primeira Pessoa

Sempre percebo que, antes de interpretar o que sinto, o toque já altera meu corpo.
Uma leve vibração, um estímulo na pele, uma micropressão —
e minha atenção muda, meu foco se reorganiza, minha respiração se ajusta.

Sinto primeiro, interpreto depois.

O estudo sobre háptica neuroadaptativa mostra exatamente isso:
a tecnologia não precisa apenas responder ao corpo — ela pode aprender com ele.


O Estudo — O que são hápticas neuroadaptativas?

Gehrke et al. (2025) investigam sistemas XR (realidade estendida) que se adaptam ao usuário usando:

  • reforço por avaliação consciente (o usuário diz o que funcionou)

  • reforço por sinais neurais (o cérebro diz antes do usuário)

É um ciclo em que:

  1. o corpo sente o estímulo,

  2. o EEG registra se a resposta foi positiva ou não,

  3. o sistema aprende a ajustar o toque,

  4. o corpo reorganiza a experiência,

  5. e o ciclo recomeça.

Isso cria uma interface em que tecnologia e corpo aprendem um ao outro.


O Toque como Porta de Entrada do Hiperespaço Mental

No nosso modelo, o Hiperespaço Mental é formado por cinco eixos corporais:

  1. interocepção

  2. propriocepção

  3. tensões aprendidas

  4. metabolização das emoções

  5. ajustes corporais momentâneos

A háptica neuroadaptativa atua diretamente nesses eixos.

Um toque pode:

  • liberar tensões aprendidas,

  • ajustar micro-posturas,

  • alterar o fluxo de interocepção,

  • reorganizar sentimentos,

  • abrir novos caminhos de percepção.

O estudo mostra que o toque, quando adaptado ao cérebro do usuário, muda a geometria inteira da experiência.


Tecnologia que lê os Eus Tensionais

Quando recebo um estímulo háptico, dependendo do meu Eu Tensional:

  • posso abrir o foco,

  • posso retrair o corpo,

  • posso entrar em fruição,

  • posso colapsar em saturação.

O estudo revela que o sistema háptico aprende justamente essas transições corporais.
Ele reconhece quando:

  • uma vibração aumenta tensão (Zona 3),

  • quando reduz tensão (Zona 2),

  • quando guia o corpo naturalmente (Zona 1).

Ou seja:

O sistema aprende meu Eu Tensional antes de eu perceber que mudei.


O Estudo Permite Mapear os Estados de Nosso Modelo:

  •  Zona 1 — Ação natural
    O toque acompanha o movimento; o corpo responde sem esforço.

  •  Zona 2 — Abertura / Fruição
    O toque gera expansão perceptiva, relaxamento, presença.
    O EEG mostra maior integração sensório-motora.

  •  Zona 3 — Constrição / Saturação
    O toque vira ameaça, o corpo endurece, a atenção fecha.
    O sistema aprende a não repetir esse estímulo.


Mente Damasiana — O Corpo como Núcleo de Decisão Sensorial

O estudo confirma a Mente Damasiana:

  • primeiro o corpo sente,

  • depois a mente interpreta,

  • e só então surge a sensação consciente.

A háptica neuroadaptativa explora isso:
ela ajusta estímulos antes que a consciência “diga algo”.

Isso evidencia que:

O corpo decide como sentir muito antes da mente decidir o que pensar.

E a tecnologia pode aprender essa decisão implícita.


Yãy Hã Miy (origem Maxakali): Imitar o Corpo para Transformar o Corpo

No Yãy Hã Miy, imitar é o primeiro passo para transformar.

Aqui, a tecnologia imita o corpo:
observa padrões,
reproduz estímulos,
erra,
corrige,
aprende,
e devolve ao corpo uma versão melhorada da experiência.

O ciclo da háptica neuroadaptativa é exatamente um Yãy Hã Miy tecnológico:

  • imitar a resposta neural,

  • reorganizar o estímulo,

  • transformar o toque,

  • transformar o corpo.


QSH — O Corpo Votando em Tempo Real

O processo é um Quorum Sensing Humano intraindividual:

  • regiões sensoriais votam pelo prazer,

  • regiões tensas votam pela retração,

  • regiões frontais votam pelo foco,

  • regiões límbicas votam pela segurança.

Quando o toque é bom,
todas essas “votações” convergem para expansão.

O sistema aprende essa convergência.

Quando o toque é ruim,
as votações disparam para rigidez e saturação —
e o sistema aprende a evitá-la.

A tecnologia e o corpo entram num acordo contínuo.


Metabolismo Existencial — O Toque Como Regulador Energético

O toque gasta energia.
E reorganiza energia.

O estudo mostra:

  • estímulos certos → reduzem custo metabólico → abrem fruição

  • estímulos errados → aumentam custo → colapsam a atenção

Háptica neuroadaptativa é, portanto, uma engenharia do metabolismo existencial.

Ela regula:

  • a energia da atenção,

  • a energia da respiração,

  • a energia das emoções,

  • a energia dos estados tensoriais.


Um Novo Paradigma: Tecnologia que Aprende a Minha Consciência

O estudo inaugura algo radical:

Interfaces que aprendem o corpo como o corpo aprende o mundo.

Essa tecnologia:

  • sente o que meu cérebro sente,

  • ajusta antes de eu pedir,

  • cria novas formas de presença,

  • devolve ao corpo um espaço de pertencimento.

Não é XR apenas.
É Interocepção Estendida.
É Apus Tecnológico.
É Consciência Responsiva.


Conclusão — O Futuro do Toque é Aprender o Ser

A háptica neuroadaptativa mostra que:

  • o corpo treina a tecnologia,

  • a tecnologia devolve nova forma ao corpo,

  • a consciência se reorganiza no encontro,

  • o Eu Tensional se transforma pelo toque,

  • o toque ganha inteligências próprias,

  • e a experiência deixa de ser apenas digital: se torna corporal.

O toque é, afinal,
o ponto onde a tecnologia encontra o ser
e aprende quem eu sou.






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New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States