Jackson Cionek
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Flexibilidade Cognitiva: Quando o Cérebro Retorna para Corrigir o Próprio Roteiro

Flexibilidade Cognitiva: Quando o Cérebro Retorna para Corrigir o Próprio Roteiro

A partir de Der-Avakian et al. (2025), “Conserved frontal neurophysiological markers of cognitive flexibility in humans and rats”


Introdução — Consciência Brain Bee em Primeira Pessoa

Eu percebo que mudar de ideia nunca é simples.
Antes de a mente dizer “agora vou fazer diferente”,
o corpo já reorganizou tensões, respiração, microexpressões e expectativas.

A flexibilidade não nasce no pensamento.
Ela nasce no corpo — e só depois se torna decisão.

O estudo sobre flexibilidade cognitiva confirma exatamente essa sensação:
o cérebro só consegue mudar de rota quando suas redes recuperam energia, reavaliam, retornam e reconstruem o caminho.


O Estudo — O que os pesquisadores descobriram?

Der-Avakian et al. (2025) fizeram algo extraordinário:
identificaram marcadores neurofisiológicos frontais de flexibilidade cognitiva que são conservados em:

  • humanos,

  • e ratos.

Ou seja:
o mecanismo de mudar de estratégia não é cultural, nem psicológico —
é biológico, ancestral e profundamente corporal.

O estudo mostra que, para mudar de rumo, o cérebro precisa:

  • sincronizar redes frontais,

  • reduzir rigidez,

  • recriar padrões elétricos,

  • atualizar previsões,

  • e investir energia para abandonar o caminho anterior.

Mudar custa energia.
Persistir custa menos.
Por isso é tão difícil ser flexível.


Flexibilidade Cognitiva e o Hiperespaço Mental

No nosso modelo, o Hiperespaço Mental é composto por:

  • interocepção,

  • propriocepção,

  • tensões aprendidas,

  • metabolização de emoções,

  • e ajustes corporais momentâneos.

A flexibilidade cognitiva é a capacidade de movimentar-se dentro desse hiperespaço.

O estudo mostra que essa movimentação depende de ritmos frontais específicos —
principalmente oscilações que permitem ao cérebro interromper o modo atual de funcionamento
e abrir espaço para algo novo.

Isso confirma um ponto essencial:

Flexibilidade cognitiva é uma propriedade corporal, não intelectual.


Eus Tensionais — Quem Muda Não é o Pensamento, é o Corpo

Seu conceito de Eus Tensionais aparece aqui de forma cristalina.

Quando mudo de estratégia, não é a mente que decide e o corpo segue.
É o contrário:

  • meu corpo relaxa uma tensão,

  • reorganiza outra,

  • ajusta respiração,

  • modifica o eixo postural,

  • abre espaço para outra percepção.

depois disso a mente declara:
“Pronto, mudei”.

O estudo confirma isso, mostrando que ritmos frontais mudam antes da tomada de decisão.

E aqui está a chave:

A decisão é o efeito final da mudança corporal, não sua causa.


O Estudo Permite Mapear os Estados de Nosso Modelo:

  •  Zona 1 — Ação natural
    Flexibilidade moderada.
    O corpo consegue ajustar rotas sem grande conflito.

  •  Zona 2 — Abertura / Fruição
    A flexibilidade atinge seu auge.
    O corpo tem energia para abandonar padrões e criar novos caminhos.
    A Mente Damasiana opera em máxima criatividade.

  •  Zona 3 — Constrição / Saturação
    A flexibilidade colapsa.
    O corpo mantém padrões rígidos, pensamentos repetitivos e ações automáticas.
    Não há energia para mudar de rota.

O estudo confirma que a capacidade frontal de alternância depende diretamente da energia corporal disponível.


Mente Damasiana — Mudar é Reorganizar a Interocepção

A flexibilidade nasce de uma sequência metabólica:

  1. o corpo percebe tensão (interocepção)

  2. muda o eixo postural ou respiratório (propriocepção)

  3. as redes frontais reorganizam a hierarquia de prioridade

  4. surge espaço para a mudança cognitiva

Quando isso não ocorre, a pessoa não decide:
ela repete.

Por isso o estudo reforça nossa formulação:
a flexibilidade não está na razão, está no corpo.


Yãy Hã Miy (origem Maxakali): Flexibilidade é Imitação e Recriação

No Yãy Hã Miy, o indivíduo:

  • imita,

  • ajusta,

  • transforma,

  • recria um modo de ser.

A flexibilidade cognitiva é exatamente isso:

  • percebo o padrão atual,

  • imito internamente outras possibilidades,

  • e então construo um novo padrão de ação.

A recorrência frontal observada no estudo é a “imitação neural” de futuros possíveis.


Quorum Sensing Humano (QSH): Votar por Outro Caminho

A flexibilidade cognitiva depende de um QSH interno:

  • redes frontais votam pela mudança,

  • redes sensoriais votam pela manutenção,

  • redes límbicas votam pela segurança do hábito.

Quando há energia, o QSH interno converge:
“vamos mudar”.

Quando não há energia (Zona 3), o QSH colapsa:
“continue igual”.


Metabolismo Existencial — Mudar Requer Energia

Flexibilidade cognitiva é um gasto energético elevado.

O estudo confirma que:

  • quando há energia metabólica frontal → o cérebro gera novos caminhos

  • quando há baixa energia → mantém o padrão atual

Por isso pessoas sob estresse crônico, exaustão, inflamação ou privação de sono perdem flexibilidade.

O corpo fecha possibilidades para economizar energia.


Flexibilidade Cognitiva é Pertencimento Dinâmico

Mudar de estratégia é o corpo dizendo:

“Posso pertencer de outro jeito.”

O estudo mostra que essa capacidade é ancestral, profunda, compartilhada entre espécies.

A flexibilidade é o motor da evolução,
e também o motor da consciência.


Conclusão — A Arte de Mudar o Próprio Roteiro

O estudo de Der-Avakian revela algo essencial:

  • A flexibilidade é frontal,

  • é metabólica,

  • é corporal,

  • é ancestral,

  • é compartilhada entre humanos e animais,

  • e é uma ponte entre estados tensos e estados criativos.

A flexibilidade é a entrada para a Zona 2.
É o ponto em que o corpo permite ao ser reinventar-se.

Mudar não é uma escolha lógica:
é uma permissão corporal.

E quando o corpo muda, a consciência muda junto.







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New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States