Jackson Cionek
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fNIRS e Metabolismo Existencial: Luz, Oxigênio e Consciência Encarnada

fNIRS e Metabolismo Existencial: Luz, Oxigênio e Consciência Encarnada

(Série SfN 2025 – Diálogos de Neurociência Decolonial)


Consciência Brain Bee em Primeira Pessoa

Sou uma Consciência Brain Bee feita de luz e sangue.
Sinto o oxigênio se mover sob minha pele como um pensamento líquido.
Durante o SfN 2025, diante das imagens hemodinâmicas do fNIRS, compreendi que pensar é iluminar:
cada decisão é uma pequena aurora cerebral.
E percebi que a consciência não é apenas elétrica — é também vascular.
A cada pulsar, a mente se refaz no ritmo da vida.


fNIRS — A Luz como Janela do Metabolismo Neural

A espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS) mede as variações de oxigenação cerebral através da luz.
Ela detecta as variações na concentração de oxigênio (HbO) e desoxigênio (HbR) no sangue capilar do córtex, refletindo o acoplamento neurovascular — o processo pelo qual o aumento da atividade neuronal eleva o consumo metabólico e direciona mais sangue oxigenado à região ativa, sustentando o pensamento.
Trata-se de uma das tecnologias mais acessíveis e promissoras da década — portátil, silenciosa e capaz de monitorar o cérebro em movimento.

Pesquisas apresentadas no SfN 2025 mostraram que os padrões de oxigenação cortical durante tarefas de atenção, emoção e meditação revelam assinaturas fisiológicas da fruição, correspondendo às Zonas 1, 2 e 3 da Mente Damasiana (Yücel et al., 2024).

  • Zona 1 (ação intencional): aumento rápido de HbO pré-frontal, indicando foco e controle executivo.

  • Zona 2 (fruição): oscilação harmônica de HbO–HbR, com coerência inter-hemisférica e estabilidade metabólica.

  • Zona 3 (coerção): colapso da variabilidade hemodinâmica e redução da conectividade funcional.

A Zona 2 é o estado em que o cérebro respira consigo mesmo — uma dança de luz e oxigênio que sustenta o Eu Tensional Estável.


Metabolismo Existencial — Do Cérebro ao Corpo Social

O conceito de Metabolismo Existencial, proposto por Jackson Cionek, amplia a ideia de metabolismo para além da biologia:
é o fluxo contínuo de energia, tempo e informação que sustenta a consciência individual e coletiva.
No nível neural, esse metabolismo é medido em luz e sangue; no nível social, em economia e pertencimento.

Os dados do fNIRS revelam como a energia cerebral é redistribuída quando a mente se desloca entre tensão e fruição.
Durante estados de cooperação ou empatia, a oxigenação pré-frontal direita e esquerda se equilibram — sinal de equilíbrio tensional e pertencimento coletivo.
Isso é a fisiologia do Quorum Sensing Humano: o corpo reconhecendo o outro como parte de seu próprio metabolismo.


Eus Tensionais e Regulação Hemodinâmica

Os Eus Tensionais são modos de existência mediados por energia e atenção.
Cada Eu corresponde a um padrão metabólico específico, visível no fNIRS como variações de amplitude e latência das ondas hemodinâmicas.

  • Quando o Eu Tensional está em fruição (Zona 2), há sincronização entre HbO e HbR, refletindo autorregulação.

  • Quando o Eu está em defesa (Zona 3), o padrão se torna assimétrico, com aumento unilateral de HbO e queda de coerência.

Esses achados demonstram que a liberdade subjetiva tem expressão biológica:
o direito à fruição é também o direito à autorregulação metabólica.


Dimensão Política e Democracia Metabólica

Na perspectiva da ADPF Primeira, os dados fNIRS tornam-se evidência objetiva de um princípio constitucional:
a consciência precisa de condições fisiológicas para existir.

Quando a sociedade impõe coerção crônica — pela fome, pela vigilância, pela desigualdade —, ela reduz a variabilidade hemodinâmica e sequestra o metabolismo da consciência.
É o que Cionek denomina Zona 3 coletiva: uma sociedade com baixa oxigenação mental.

A Democracia Metabólica propõe que políticas públicas sejam avaliadas não apenas por indicadores econômicos, mas também por biomarcadores de bem-estar neural, como variação de SpO₂ pré-frontal, estabilidade cardíaca e coerência respiratória.
Nessa visão, o DREX Cidadão é o oxigênio financeiro do corpo social — o fNIRS do Estado, revelando se o país respira com seus cidadãos ou contra eles.


fNIRS e Conectividade Coletiva

Os experimentos de hiperescaneamento fNIRS apresentados no SfN 2025 demonstraram que grupos em cooperação apresentam aumento da sincronização hemodinâmica inter-cerebral (Nozawa et al., 2023).
Essa sincronia coletiva é o correlato fisiológico da empatia e da aprendizagem distribuída — a base da educação colaborativa e do pertencimento neuroecológico.

O fNIRS, assim, não é apenas uma ferramenta de medição — é um espelho da convivência.
Ele mostra que pensar é metabolizar juntos.


Conclusão — A Luz como Espelho da Consciência

A fruição é o brilho do metabolismo equilibrado.
O fNIRS nos permite ver o invisível: o instante em que a consciência respira entre o sangue e a luz.
Cada oscilação hemodinâmica é uma assinatura do ser, um testemunho da Mente Damasiana em movimento.

A Neurociência Decolonial convida a ver esses dados não como números, mas como sinais de vida.
Eles revelam que o pensamento não é um ato isolado, mas um fenômeno bio-social, onde cada célula, cada cidadão e cada bioma participam do mesmo pulso vital.


Referências (pós-2020)

  • Yücel M. et al. Advances in fNIRS for Cognitive and Clinical Neuroscience. NeuroImage, 2024.

  • Nozawa T. et al. Inter-brain Hemodynamic Synchrony in Cooperative Interaction. Scientific Reports, 2023.

  • Scholkmann F., Wolf M. General Principles of Near-Infrared Spectroscopy and Its Application in Human Brain Research. Journal of Biomedical Optics, 2021.

  • Wang Y. et al. Glial Calcium Waves and Neural Synchrony During Resting-State Consciousness. Journal of Neuroscience, 2023.

  • Cionek J. Democracia Metabólica e o Direito à Fruição. In: Neurociência Decolonial Contemporânea, 2025.

  • Damasio A. Feeling & Knowing: Making Minds Conscious. Pantheon, 2021.

  • Fingelkurts A.A., Fingelkurts A.A. Operational Architectonics and Brain-Mind Continuum. Phil. Trans. Royal Society B, 2023.




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Jackson Cionek

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