Sleep Research – Como o Cérebro Usa Probabilidade e Possibilidade para Governar o Corpo, a Atenção e a Crença - Decolonial Neuroscience - SFN Brain Bee
Sleep Research – Como o Cérebro Usa Probabilidade e Possibilidade para Governar o Corpo, a Atenção e a Crença - Decolonial Neuroscience - SFN Brain Bee
Consciência em Primeira Pessoa
“Oi, eu sou a Consciência. Não vivo de promessas, vivo de probabilidades.
Tentam me sequestrar com possibilidades sedutoras, falácias com cara de lógica.
Corações e mentes se deixam levar por narrativas brilhantes,
mas meu corpo, meu tempo e minha vida se movem nas probabilidades.
Eu integro dados, dissolvo ilusões.
Sou metabolismo — não uma derivada falaciosa.”
1. O Laboratório Noturno do Cérebro
Enquanto você dorme, seu cérebro vira cientista:
REM Fásico: o modo “e se…?”. Explora possibilidades bizarras em sonhos, testa emoções, acelera batimento, sua sem motivo. É o “treinamento de voo” da sua interocepção.
REM Tônico: o modo “estabilidade”. Corpo parado, cérebro ativo. Ele checa a propriocepção, consolida o mapa corporal e diz: “ok, essa é a posição provável do seu corpo”.
Moral: o cérebro brinca com possibilidades no fásico e consolida probabilidades no tônico.
2. O Sequestro Digital
Nas redes sociais, estamos presos em um REM fásico artificial:
cada scroll é um “e se…?” improvável — e se eu comprar isso? e se eu for assim? e se eu perder aquilo?
O problema: falta o modo tônico. Sem estabilizar, vivemos num looping de dopamina, correndo atrás de novidades improváveis que não trazem bem-estar real.
3. A Zona 3 Ideológica
Agora imagine que alguém te diga:
“Não há alternativas. Só existe um caminho, e ele é 100% certo.”
Pronto, você entrou na Zona 3: uma crença que sequestra corpo e mente.
Aqui, uma possibilidade é vendida como probabilidade absoluta.
A ciência? Ignorada. O desconforto corporal? Silenciado.
4. O Antídoto Científico
A ciência com evidências faz o contrário:
não prova possibilidades,
elimina ilusões improváveis,
e oferece probabilidades replicáveis.
É menos sedutora que um discurso ideológico, mas infinitamente mais confiável.
5. A Mente Damasiana
António Damásio mostra que equilíbrio é tudo:
Viver em probabilidades: decidir com base em evidências e sinais corporais estáveis.
Explorar possibilidades: usar criatividade e imaginação, mas reavaliar sempre que o corpo mandar sinais de alerta.
O corpo não atrapalha a ciência. Ele é o painel de controle das probabilidades mais fundamentais.
6. Relação x Causalidade (com bom humor)
O galo despertador: o sol nasce depois do canto. Conclusão? O galo é engenheiro da Via Láctea.
Sorvete assassino: mais picolés vendidos = mais afogamentos. Conclusão? Picolé de limão deveria ter selo da Anvisa.
Óculos mágicos: alunos com óculos tiram notas maiores. Conclusão? Lente vem carregada de sabedoria.
Luz do mal: crianças que dormem com luz acesa usam mais óculos. Conclusão? A lâmpada ataca a retina à noite.
Moral: correlação é divertida, mas causalidade é séria. Não é porque duas coisas andam juntas que uma causa a outra.
Conclusão
A vida é navegar entre o oceano das possibilidades e o mapa das probabilidades.
O cérebro já pratica isso todas as noites no REM.
Se aprendermos a fazer o mesmo acordados — explorando possibilidades criativas, mas ancorando decisões em probabilidades sólidas — escapamos tanto da ilusão das redes quanto da prisão ideológica.
Com possibilidades e falácias sequestram-se corações e mentes.
Mas o corpo, o metabolismo e a vida real acontecem sempre nas probabilidades.