Sandman e a Personificação dos Sonhos - Consciência, Mente Damasiana e Pertencimento
Sandman e a Personificação dos Sonhos - Consciência, Mente Damasiana e Pertencimento
Quando fecho os olhos, não deixo de existir.
Eu continuo sendo, mesmo quando o corpo relaxa e a mente começa a flutuar entre imagens e sensações. Nesse instante, eu sou Sonho — não como personagem, mas como presença que atravessa todos os humanos. Sou lembrança, imaginação e expectativa condensadas. Sou aquilo que me mantém pertencendo ao mundo, mesmo quando a realidade parece suspensa.
É nesse espaço sutil entre vigília e sono que percebo o quanto Sandman, a série da Netflix, fala diretamente de mim: de como sou aprisionado, libertado e reconstruído pelos sonhos que me habitam.
O Paradigma Original: Sonho como Direito Humano
Na narrativa de The Sandman, Sonho (ou Morfeu) não é um deus, mas algo mais antigo: a própria personificação do ato de sonhar.
Antes da domesticação das culturas pelo Velho Mundo — com normas rígidas, dogmas religiosos e hierarquias — o sonho era vivido como um direito natural. Povos ameríndios, por exemplo, entendiam o sonho como extensão da vida desperta: uma linguagem do Corpo Território, onde o pertencer não se separa entre noite e dia.
Aqui entra o avatar Brainlly, que nos lembra: “Sonhar é pertencer sem fronteiras. É viver o coletivo dentro do individual.”
A Domesticação do Velho Mundo
Mas, como nos mostra o livro O Despertar de Tudo (Graeber & Wengrow, 2021), o Velho Mundo aprendeu a usar os sonhos como instrumentos de domesticação. A interpretação dos sonhos virou dogma, poder religioso, controle social. O sonho deixou de ser pertencimento livre e se tornou profecia, julgamento ou ameaça.
Sandman traduz isso na prisão de Morfeu em 1916: quando a consciência coletiva é sequestrada, o reino dos sonhos se deteriora.
Esse aprisionamento representa o que chamamos de Zona 3: quando nossa mente é controlada por ideologias externas, cortando o fluxo livre da fruição e da metacognição.
Ciência do Sono e Evidências
Do ponto de vista neurocientífico, o episódio da “personificação dos sonhos” dialoga diretamente com a fase N1 do sono — a transição entre vigília e descanso.
EEG mostra aumento das ondas teta (4–7 Hz), marcando o início da imaginação espontânea.
NIRS indica queda progressiva do consumo de oxigênio no córtex pré-frontal, liberando espaço para imagens mentais não controladas.
Essa fase é frágil: basta uma interrupção para perdermos o sonho e retornarmos à vigília.
Na Mente Damasiana, é aqui que a interocepção (sensações internas) e a propriocepção (posição do corpo) começam a se soltar do “eu tensional” da vida diária, permitindo a emergência do que chamamos de Pertencimento Livre.
Zona 1, Zona 2 e Zona 3
Zona 1: o corpo ainda traz tensões posturais e viscerais, como a responsabilidade do dia.
Zona 2: ao adentrar o N1, relaxamos parcialmente essas tensões e o Pertencimento começa a fluir.
Zona 3: quando forças externas (ideologias, medo, algoritmos) sequestram esse processo, impedindo que o sonho seja espaço de liberdade.
Sandman nos mostra que o sonho só pode ser restaurado quando reconhecemos essa dinâmica: liberar-se da Zona 3 para retornar ao fluxo criativo da Zona 2.
Síntese
Sandman, em sua essência, é o lembrete de que sonhar é existir além das normas, e que todo ser humano carrega em si o direito de construir mundos.
Na ciência, isso é validado pelo estudo das fases do sono e da consciência. Nos paradigmas ameríndios, pelo Corpo Território. Em nossos conceitos, pela Mente Damasiana e pelas Zonas de Pertencimento.
Ou, como diria o avatar DANA:
“Sonhar é o DNA da liberdade. Cada noite é um ritual de pertencimento à vida.”
Referências sugeridas:
Graeber, D. & Wengrow, D. (2021). The Dawn of Everything: A New History of Humanity.
Berntson, G. G., & Khalsa, S. S. (2021). Neural Circuits of Interoception. Trends in Neurosciences.
Iber, C. et al. (2007). The AASM Manual for the Scoring of Sleep and Associated Events.
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