O Império do Lucro e a Morte do Planeta
O Império do Lucro e a Morte do Planeta

O Império do Lucro e a Morte do Planeta Terra
O Clamor da Terra: Emergências Climáticas como a Voz dos Espíritos Ancestrais
As emergências climáticas é um grande problema ambiental moderno. Para os povos originários das Américas, a natureza sempre foi sagrada, e seus sinais sempre foram interpretados como mensagens de equilíbrio ou desordem no mundo. Hoje, os desastres naturais que testemunhamos – secas extremas, incêndios devastadores, derretimento das geleiras, tempestades e inundações – podem ser vistos como Tupã, Pachamama, Omama e o Grande Espírito alertando que algo está profundamente errado.
Desde tempos imemoriais, as religiosidades ameríndias compreendem que a vida está intrinsecamente conectada ao território. Não há separação entre ser humano e natureza: somos parte da mesma teia. Tupã, o trovão, anuncia a fúria do céu; Pachamama, a Mãe Terra, sofre quando suas entranhas são violentadas pelo extrativismo e pelo desmatamento; Omama, o criador do povo Yanomami, vê seus rios adoecerem com mercúrio; e o Grande Espírito observa sua criação sendo sufocada por concreto e fumaça.
Mas se os sinais sempre estiveram claros, por que a humanidade continua ignorando a voz da terra?
O Choque de Mundos: Lucro contra Equilíbrio
A colonização europeia trouxe consigo uma visão de mundo que rompeu o equilíbrio sagrado das Américas. Diferente das sociedades ameríndias, que viam a terra como um ser vivo a ser respeitado, a visão europeia cristianizada impôs a ideia de que a natureza existe apenas para ser explorada, dominada e lucrada. A domesticação da mente humana começou a partir do momento em que se separou o homem da natureza, transformando florestas sagradas em pasto, rios sagrados em esgoto e montanhas em fontes de lucro infinito.
O craving por lucro, essa fome insaciável por acumulação, rompeu o pacto ancestral entre humanidade e natureza. O sistema econômico que governa o mundo hoje não é compatível com a vida:
- Ele destrói biomas para abrir espaço para monoculturas.
- Ele contamina águas para extrair minérios.
- Ele transforma o ar em veneno para manter fábricas funcionando.
- Ele usa pessoas e terras até a exaustão, sem pensar nas consequências.
Tudo isso, em nome do crescimento econômico sem limites, uma ideia que não existe em nenhum outro ser vivo. Nenhuma árvore cresce para sempre. Nenhum rio pode ser drenado sem secar. Nenhuma sociedade pode consumir sem fim sem colapsar.
Ciência e Sabedoria Ancestral: O Que as Evidências Mostram?
A ciência moderna, ironicamente, está começando a comprovar aquilo que os povos originários sempre souberam. Os dados são claros:
- A Amazônia está chegando ao ponto de não retorno, onde deixará de ser floresta e se tornará savana devido ao desmatamento.
- O permafrost no Ártico está derretendo, liberando metano e acelerando o aquecimento global.
- O nível do mar está subindo, colocando cidades costeiras em risco.
- A biodiversidade está em colapso, com extinções acontecendo em uma velocidade jamais vista desde os dinossauros.
Cada um desses eventos é um sinal – não apenas científico, mas também espiritual. São os espíritos da natureza gritando que o ciclo foi rompido, e que a humanidade precisa reaprender a ouvir a Terra.
O Caminho da Cura: Retornar ao Equilíbrio
Se a causa do problema foi a separação do humano da natureza, a solução passa por reconstruir essa conexão. Mas isso não pode ser feito sob as mesmas regras que destruíram o planeta. Não será o mercado que salvará a Terra, porque foi ele que a condenou.
A Ciência com Evidências nas Cosmovisões Ameríndias - Uma Necessidade para a Sobrevivência Global
O resgate das cosmovisões ameríndias não é apenas uma questão cultural, mas uma necessidade de sobrevivência global. Algumas direções possíveis incluem:
Reconhecer os Direitos da Natureza
- Atribuir personalidade jurídica a rios, florestas e montanhas, como já feito na Bolívia, Equador e Nova Zelândia.
Reduzir o Consumo ao Essencial
- Substituir a lógica da exploração pela lógica da fruição e pertencimento ao território.
Fortalecer as Comunidades Indígenas e Tradicionais
- São elas as verdadeiras guardiãs da biodiversidade e do conhecimento ancestral.
Criar Modelos Econômicos Baseados em Regeneração
- A economia precisa ser um ciclo fechado, como os ecossistemas, e não um sistema extrativista que só destrói.
Promover uma Espiritualidade Conectada à Vida
- Religiões que negam a natureza e pregam um paraíso fora da Terra fazem com que seus seguidores ignorem a destruição do mundo real. É preciso resgatar uma espiritualidade que vê a Terra como sagrada e que ensina a protegê-la.
O Último Aviso
Tupã troveja. Pachamama estremece. Os rios sangram. O fogo consome florestas. Mas ainda há tempo. A escolha que fazemos agora definirá se a humanidade seguirá o caminho do equilíbrio ou deixará de ser.
A sabedoria ancestral já conhece a resposta. Basta ouvir e agir antes que seja tarde demais.
O Império do Lucro e a Morte da Terra
#Decolonial
#Neuroscicence
#MenteDamasiana
#MonismoTriploAspecto
#ProsperidadeBribri
#Fruição
#Nëropë
#Weicho
#Yãyhãmīy
#CorpoTerritório
#MovimentoDasÁguas
#Utupe
#PeiUtupe
#Taa
#Xapiri
#TekoPorã