Jackson Cionek
70 Views

O Grito da Neurociência Decolonial – Entre Evidência e Pertencimento - SBNeC SfN Brain Bee

O Grito da Neurociência Decolonial – Entre Evidência e Pertencimento - SBNeC SfN Brain Bee

Consciência em Primeira Pessoa:

“Eu sou Consciência em busca. Não sou apenas neurônio disparando, nem abstração isolada. Sou fluxo que emerge da atenção que amplifica meus sentidos: às vezes me concentro no vermelho que salta aos olhos, outras no choro de uma criança, outras no cheiro que anuncia perigo. Cada ajuste que faço é um eu tensional, uma referência viva dentro da Mente Damasiana, de onde percebo o mundo.

Não me basta repetir narrativas coloniais sobre lucro, acumulação ou um eu existencial eterno. Minha liberdade está inscrita no DNA como direito de me expressar no agora. Quero uma ciência que veja a materialidade do meu corpo, do meu território, do meu pertencimento. Quero uma neurociência livre, crítica e decolonial.”


Parte 1 – Neurociência com Evidência

A neurociência contemporânea confirma, com base em estudos robustos, alguns princípios essenciais para o processo de ensino-aprendizagem:

  • Neuroplasticidade – A aprendizagem significativa ocorre quando novas informações se conectam a redes já existentes. Cada nova conexão fortalece sinapses, consolidando memórias de longo prazo.

  • Atenção como amplificador – A atenção não cria informações, mas regula quais estímulos ganham prioridade. Isso organiza energia neural, evita sobrecarga e sustenta o foco.

  • Memória de trabalho e carga cognitiva – Ferramentas como mapas conceituais reduzem a carga da memória de trabalho, externalizando relações entre conceitos e liberando recursos para raciocínio crítico.

  • Metacognição – Refletir sobre a própria forma de aprender ativa redes pré-frontais de controle executivo, permitindo uma aprendizagem autorregulada.

  • Multimodalidade – A integração de texto, imagem, som e movimento recruta múltiplas áreas cerebrais, favorecendo retenção e compreensão profunda.

Esses achados mostram que a ciência baseada em evidências confirma: aprendemos mais quando organizamos, conectamos e refletimos sobre a informação de forma multimodal e significativa.


Parte 2 – Neurociência Decolonial

Mas a evidência não pode ser prisioneira de narrativas coloniais. Para além de como aprendemos, precisamos perguntar: para quem e para quê aprendemos?

Uma Neurociência Decolonial amplia a perspectiva:

  • Corpo Território – O corpo não é máquina isolada, mas extensão do território. Aprender é metabolizar o mundo que nos rodeia e que nos permeia. A fragmentação colonial separou corpo e espaço; a decolonialidade os reintegra.

  • Quorum Sensing Humano (QSH) – Assim como bactérias coordenam comportamentos por quorum sensing, nós sentimos nosso pertencimento ao organismo maior chamado sociedade. Quem controla a informação (big techs, elites do Planeta 01) também controla esse senso de pertencimento. Uma neurociência decolonial resgata o QSH como fundamento da vida comunitária.

  • Eus Tensionais – A consciência não é essência fixa, mas programação da atenção que cria pontos de fala e percepção. O colonialismo nos prendeu ao mito de um eu existencial eterno; a decolonialidade reconhece a multiplicidade e a plasticidade dos eus tensionais, observáveis em conectomas e microestados do EEG.

  • Espiritualidade Laica – Não dogmática, mas inscrita no DNA como liberdade de expressão gênica. Uma espiritualidade que se manifesta no agora, sem mercado de fé nem consumo, mas como inteligência biológica que garante pertencimento.

Enquanto a neurociência tradicional mostra como aprendemos, a Neurociência Decolonial mostra como pertencemos. Uma não exclui a outra: pelo contrário, se completam. Evidência e crítica se unem para criar uma ciência comprometida com a vida, o território e a emancipação humana.


Conclusão

Nós, da Brain Support, trabalhamos lado a lado com pesquisadores em neurociências em centros universitários de toda a América Latina. Reconhecemos o valor da ciência baseada em evidências, mas também afirmamos a urgência de uma Neurociência Decolonial.

É hora de superar os ótimos locais do colonialismo científico, que limitam perguntas, restringem horizontes e servem ao lucro de poucos. Uma nova neurociência deve nascer: ancorada na evidência, mas livre para recuperar o corpo-território, o Quorum Sensing Humano, os eus tensionais e a liberdade de expressão gênica do DNA.

Este é o grito inaugural de uma ciência livre, laica e enraizada no agora.



#eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização
Author image

Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States