Jackson Cionek
20 Views

Natal Colonizado em Triplo Aspecto: Bioma, Yãy hã mĩy e Hiperespaço Mental

Natal Colonizado em Triplo Aspecto: Bioma, Yãy hã mĩy e Hiperespaço Mental

Eu quero explicar por que eu sinto que o Natal “entra” em mim antes mesmo de eu decidir qualquer coisa. Pra mim, isso é percepção colonizada: não é só consumo. É um roteiro que ocupa meu corpo, meus hábitos e minha política do viver.

Eu organizo isso no meu Triplo Aspecto (no meu sentido prático):

  1. Política (bioma): o que é necessário para manter a vida inserida no bioma.

  2. Espiritualidade (Yãy hã mĩy): o bebê imita, cria hábitos, crenças e fé para conseguir usar e entender palavras e outras ferramentas culturais.

  3. Neurociência (Triplo Aspecto do Alfredo Pereira Jr + Mente Damasiana): consciência como movimento que se percebe ser no metabolismo produzido; e cada “referência” no hiperespaço mental é literalmente um ponto de orientação do meu sentir e agir.


1) O que eu chamo de “Natal colonizado”

Eu chamo de colonizado quando o Natal vira um pacote pronto de referências que eu só obedeço:

  • estética pronta (luz, vermelho, árvore, padrão),

  • emoção pronta (nostalgia, culpa, euforia),

  • comportamento pronto (comprar, postar, provar que pertence).

Isso cria um “atalho”: eu ajo antes de sentir de verdade.


CÉLULA → CORPO → RELAÇÃO → COMUNIDADE → ESTADO (com meu Triplo Aspecto)

CÉLULA (política do bioma começa aqui)

Política (bioma): no nível celular, a vida precisa de energia, ritmo e estabilidade.
Quando o Natal vira excesso (mais tela, mais açúcar, mais noite curta, mais estresse), eu sinto que ele me tira do bioma interno básico: sono, fome real, quietude.
Resultado: meu corpo fica mais fácil de ser conduzido por estímulos.

Neuro: isso conversa com a ideia de que o cérebro trabalha por previsões e associações. Se eu repito estímulos, eu automatizo respostas.

Espiritualidade (Yãy hã mĩy): aqui eu lembro que a minha “espiritualidade” começa no aprendizado do bebê: eu imito, entro em ritmo, repito, e isso me dá pertencimento.


CORPO (Mente Damasiana e Consciência como movimento)

Neuro (Mente Damasiana): eu entendo mente como corpo sentindo o corpo (interocepção + propriocepção).
Minha definição de Consciência: eu sou um movimento (interno e externo) que se percebe ser dentro do metabolismo produzido.
Então, quando o Natal colonizado chega, ele não me dá só “ideias”. Ele muda meu corpo. Ele muda meu modo de movimento.

Hiperespaço mental: cada palavra, símbolo e ritual do Natal vira uma referência nesse hiperespaço. E referência, pra mim, é como “um ponto fixo” que orienta meu sentir e meu agir.
Quando as referências são impostas e repetidas, eu perco liberdade interna: eu passo a me mover por trilhos.


RELAÇÃO (onde o Yãy hã mĩy fica mais forte)

Espiritualidade (Yãy hã mĩy, origem Maxakali): o termo “Yãy hã mĩy” vem do povo Maxakali; no sentido original, envolve imitar/ser o animal antes da caça. No meu uso estendido, eu uso isso para falar do bebê e do humano que aprende por imitação: eu imito gestos, tons, hábitos; depois imito crenças; depois imito fé (como mecanismo de sustentar ação), até eu conseguir usar palavras e ferramentas culturais.

No Natal, eu vejo isso acontecer em massa:

  • eu imito o “clima”,

  • imito o “jeito certo” de comemorar,

  • imito o “sentimento certo”,

  • imito a “família certa”.

Risco: eu confundir pertencimento com obediência.


COMUNIDADE (política real começa a aparecer)

Política (bioma social): comunidade deveria proteger vida. Mas o Natal colonizado muitas vezes organiza a comunidade para produzir consumo, não para produzir cuidado.
Quando isso acontece, o bioma social adoece: mais dívida, mais comparação, mais exclusão, mais ansiedade.

Neuro: mais tensão, menos fruição.
Espiritualidade: mais ritual como vitrine, menos ritual como corpo e presença.


ESTADO (o teste final: vida no bioma ou máquina de consumo?)

Pra mim, a política correta do Natal (num Estado laico) não é “proibir Natal” nem “impor Natal”. É outra pergunta:

O que mantém a vida inserida no bioma, do celular ao adulto?

Se uma data organiza:

  • sono pior,

  • alimentação pior,

  • relações piores,

  • endividamento,

  • e culto à imagem,

então ela virou uma tecnologia social que coloniza a percepção.

Contra-argumento que eu aceito: “o comércio gera trabalho”.
Sim. Mas eu não quero trabalho gerado por adoecer a atenção coletiva. Eu quero um Natal onde a economia não dependa de sequestrar o corpo.


Minha conclusão (bem direta)

Eu percebo que o Natal colonizado funciona como um implantador de referências no meu hiperespaço mental.
Essas referências guiam meu movimento (minha consciência) antes de eu sentir meu corpo com liberdade.

E eu só descolonizo quando eu volto ao básico:

  • corpo primeiro (Mente Damasiana),

  • imitação consciente (Yãy hã mĩy estendido),

  • política do bioma (vida sustentada, não vitrine).


Pergunta Brain Bee (pra eu testar cientificamente)

Como eu mediria “colonização de referências” no hiperespaço mental durante o Natal — e como eu veria o corpo voltar a ser o guia (Mente Damasiana) em vez do roteiro cultural?

 

Aqui estão referências pós-2020 que dão sustentação (cada uma em 1 linha) aos pontos do Blog 1 — corpo/consciência como referência no “hiperespaço mental”, imitação/ritual (seu Yãy hã mĩy estendido) e “política do bioma” (vida = regulação metabólica + pertencimento real):

Neurocientíficas (corpo → consciência / referências internas)

  1. Damasio, A. (2021). Feeling & Knowing: Making Minds Conscious (livro). Consolida a ideia de que consciência nasce ancorada em sentimentos/homeostase e no corpo como base do “ser vivo que sente”. (Google Books)

  2. Berntson, G. & Khalsa, S. (2021). “Neural Circuits of Interoception” (Trends in Cognitive Sciences). Mapeia circuitos de interocepção (sinais internos) e como eles regulam comportamento/cognição/emoção — base para “corpo guiando a mente”. ( PMC)

  3. Allen, M. et al. (2020). “Unravelling the Neurobiology of Interoceptive Inference” (Trends in Cognitive Sciences). Ajuda a explicar “percepção como previsão + correção por erro”, incluindo sinais corporais (bom para sua ideia de “referências” que orientam ação). (ScienceDirect)

Triplo Aspecto (Alfredo Pereira Jr.) e a ponte com sua linguagem

  1. Pereira Jr., A. (2023). texto/ensaio acadêmico em periódico brasileiro (SciELO/Trans/Form/Ação) discutindo monismo de triplo aspecto e referências do autor. Útil para ancorar o seu uso do Triplo Aspecto como moldura filosófica/científica (mesmo quando você aplica de modo “operacional” no blog). (SciELO)

  2. Pereira Jr., A. (2022). Capítulo: “Conscious Experience in Triple-Aspect Monism…” (circula como capítulo/versão acadêmica). Dá linguagem direta para “três aspectos (matéria/informação/sentir)” e como isso conversa com consciência. (ResearchGate)

Espiritualidade como aprendizado (imitação, ritual, crença) — sem dogma

  1. McMyler, B. (2022). “Towards an epistemology of cultural learning” (Philosophy and Phenomenological Research). Fundamenta a ideia de que crianças “absorvem” cultura cedo por aprendizagem social — bom para seu eixo bebê→hábitos→ferramentas culturais. (Wiley Online Library)

  2. Ishikawa, M. et al. (2024). “The development of social learning…” (Frontiers in Psychology). Revisa como pistas sociais e pertencimento moldam o que o bebê/criança aprende — encaixa com seu Yãy hã mĩy estendido (imitação gerando hábitos e crenças). (Frontiers)

  3. Seitz, R. et al. (2022). “Believing and social interactions: effects on bodily…” (Frontiers in Behavioral Neuroscience). Conecta crença/ritual/interação social a efeitos corporais e estabilidade de comportamento — útil para “fé como mecanismo de sustentação do agir” (no seu uso). (Frontiers)

“Colonização de referências” via vitrine social (comparação/validação)

  1. Popat, A. & Tarrant, C. (2022). revisão em PubMed Central sobre adolescentes, redes sociais e saúde mental. Mostra mecanismos como validação, comparação, pressão de conexão — exatamente o “roteiro que ocupa” atenção e afeto. ( PMC)

  2. Ni, J. et al. (2024). “Social bonding… increases… information exchange and prefrontal neural synchronization” (PLOS Biology). Evidência de que vínculo social altera dinâmica neural (sincronia PFC) — bom para sua camada RELAÇÃO→COMUNIDADE (pertencimento real vs vitrine). (PLOS)








#eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização
Author image

Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States