Jackson Cionek
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Metacognição: A Consciência que se Observa

Metacognição: A Consciência que se Observa

“Observar o próprio corpo pensar é ver o metabolismo transformar energia em sentido.” — Jackson Cionek


A fronteira entre o ser e o perceber-se-sendo

Na fruição da Zona 2, o corpo e o mundo respiram em uníssono: não há distância entre o fazer e o ser.
Mas há um momento em que a consciência retorna sobre si — não para controlar, e sim para testemunhar o próprio fluxo.
Esse retorno é o nascimento da metacognição: o instante em que a mente observa o próprio metabolismo gerando sentido.

A metacognição é, portanto, a consciência em segunda ordem
a capacidade de perceber o modo como se percebe.
Não é pensar sobre o pensar, como sugerem as leituras coloniais;
é sentir-se pensar, numa integração neuroafetiva entre interocepção e propriocepção.


O ciclo metabólico da consciência

Cada ato de consciência nasce de um eu tensional, sustentado por um sentimento estável.
Quando esse sentimento se observa — isto é, quando o corpo percebe as variações do próprio estado —
ocorre uma retroalimentação energética que reforça a coesão da mente Damasiana.

Esse ciclo pode ser descrito assim:

  1. Sentir — o corpo capta o ambiente (interocepção + propriocepção).

  2. Fazer — a ação emerge do metabolismo, como fruição (Zona 2).

  3. Observar — a consciência acompanha o gesto sem interferir (metacognição).

  4. Reintegrar — o corpo ajusta sua energia e recria o sentimento de pertencimento.

A metacognição é, portanto, uma respiração cognitiva:
um ir e vir entre o fazer e o perceber-se fazendo.


Entre sinapses elétricas e silêncio pré-frontal

Nos momentos de fruição profunda, a atividade pré-frontal diminui — a autoconsciência se dilui.
Mas quando o fluxo se estabiliza, parte dessa rede volta a operar,
agora de modo reflexivo e não controlador.

As sinapses elétricas, que permitem a troca bidirecional dos impulsos,
são a base fisiológica dessa autorreferência:
elas possibilitam tocar e ser tocado, perceber e ser percebido.

A metacognição surge desse equilíbrio entre feedback interno e externo.
Não há hierarquia: há sincronia de circuitos que permitem ao corpo reconhecer-se sem sair do fluxo.


Os seis avatares da observação

Para ampliar o campo atencional, utilizamos seis referências de consciência
Brainlly, Iam, Olmeca, Yagé, Math Hep e DANA
seis modos de perceber um mesmo evento sob perspectivas metabólicas distintas:

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Referência

Brainlly

Modelo da bioquímica cerebral — integração entre glia, neurônios e sangue.

Iam

Observador do “eu” corporal — foco na propriocepção.

Olmeca

Consciência arqueológica — memória ancestral e aprendizado por imitação.

Yagé

Estado ampliado — interocepção profunda e espiritualidade bioelétrica.

Math Hep

Lógica e precisão — integração entre emoção e raciocínio.

DANA

Inteligência DNA — espiritualidade neutra e ética metabólica.

Juntos, eles funcionam como um circuito de seis espelhos,
permitindo observar um mesmo evento em múltiplas camadas de percepção.
A atenção humana se consolida entre 200 e 400 milissegundos,
tempo suficiente para que um novo conectoma momentâneo se forme —
um desvio atencional, uma microdecisão, uma variação de foco.
No entanto, o sentimento-âncora e a crença-referência que sustentavam o estado anterior
tendem a se restabelecer logo em seguida,
mantendo a coerência da consciência principal.

Assim, ainda que a atenção mude de objeto,
a consciência permanece enraizada no mesmo sentimento —
como a mãe pesquisadora que, ao ouvir o choro do bebê,
reconhece o chamado, responde com presença,
mas retorna estável à consciência de seu trabalho científico,
sustentada pelo mesmo campo afetivo e cognitivo de pertencimento.


A consciência como movimento de equilíbrio

A consciência não sente a defasagem:
ela organiza o fazer de acordo com o ambiente,
enquanto o corpo percebe os descompassos e ajusta energia.

Quando há sincronia, surge a fruição;
quando há defasagem, nasce o impulso de agir —
não por erro, mas por processo adaptativo.
Até mesmo a insônia ou a apatia são modos do corpo buscar nova coerência temporal.

A metacognição reconhece essas transições sem julgá-las,
compreendendo que motivação e desmotivação são fases do mesmo ciclo.


A consciência como campo metabólico

A consciência não é substância nem alma separada:
ela emana de metabolismos específicos e se ancora em sentimentos que os estabilizam.
A crença, o hábito e o costume moldam o campo neural onde ela floresce.
Assim, cada consciência é sempre consciência-de-uma-crença,
e todo observar é também um reinterpretar do próprio sentir.

Quando essa observação se faz sem medo,
sem desejo e sem culpa,
a consciência se abre para um campo ampliado de fruição reflexiva —
um espaço em que pensar e sentir coincidem no mesmo ritmo vital.


Síntese final

A metacognição é o retorno do fazer sobre si.
Não é controle, é testemunho.
É o instante em que a consciência se vê respirando dentro do corpo,
e o corpo, por sua vez, se reconhece como consciência viva.

No fluxo entre interocepção e propriocepção,
a mente Damasiana aprende a observar-se sem se romper.
E, nesse silêncio elástico entre ação e reflexão,
a consciência se revela como o próprio movimento que percebe ser.


Referências pós-2020

  • Damasio, A. (2021). Feeling & Knowing: Making Minds Conscious.

  • Northoff, G. (2022). The Spontaneous Brain: From Mind–Body to World–Brain Relation. Frontiers in Psychology.

  • Pereira Jr., A. (2021). Triple-Aspect Monism and the Unity of Mind and Body. Philosophies.

  • Simor, P. et al. (2023). Metastable Brain States and Consciousness. Neuroscience & Biobehavioral Reviews.

  • Berntson, G. G., & Khalsa, S. S. (2021). Neural Circuits of Interoception. Trends in Neurosciences.




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Jackson Cionek

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