Jackson Cionek
15 Views

Internet física + Mundo-Espelho

Internet física + Mundo-Espelho

Subtítulo: alimentar avatares sem perder o Eu-Bioma — um protocolo de soberania em 1ª pessoa

Abertura sensorial

Quando você entra na internet, parece que “subiu para um lugar sem corpo”. Mas, na prática, você só trocou de território: saiu do território de ar/água/solo e entrou no território de cabos, antenas, roteadores, data centers, energia elétrica e água de resfriamento. A internet é física — e o seu corpo reage a ela como reage a qualquer ambiente: acelera, contrai, busca recompensa, evita desconforto.

O Mundo-Espelho é quando esse território digital deixa de ser ferramenta e vira vida paralela: um “duplo” seu (o avatar) começa a governar decisões, emoções e identidade — enquanto o Eu-Bioma vira bateria.


Tese do texto

  • Internet física: o digital tem custo real de eletricidade e, muitas vezes, de água para resfriamento.

  • Mundo-Espelho: o avatar é útil, mas pode virar “eu oficial” quando a percepção é colonizada por algoritmo, comparação e urgência. A ideia do “Mirror World / Doppelgänger” como fenômeno cultural contemporâneo é explorada por Naomi Klein.

  • Protocolo: dá para usar o Mundo-Espelho sem perder soberania — se você criar um ritual simples de entrada, permanência e saída, sempre ancorado no Eu-Bioma.


1) Internet física: o “céu” tem chão

A internet depende de energia contínua. A IEA estima que data centers consumiram ~415 TWh em 2024 (cerca de 1,5% da eletricidade global) e projeta crescimento com IA, com desafios porque data centers se concentram em lugares específicos e pressionam redes locais. 

E não é só energia: boa parte do processamento digital precisa de resfriamento, e isso pode significar uso significativo de água. Trabalhos recentes discutem a “sede” da IA e reportam ordens de grandeza de água consumida por resfriamento em data centers, além de crescimento recente em consumo hídrico associado à expansão de cargas de IA.

Tradução Eu-Bioma: quando você “sobe” para o feed, você entra numa ecologia física que puxa energia e água do mundo — e puxa atenção e tempo do seu corpo.


2) Mundo-Espelho: quando o avatar vira governo

O Mundo-Espelho não é “internet”. É uma forma de existência:

  • Você passa a se perceber pelo que aparece na tela (imagem, narrativa, posição social).

  • O corpo vira suporte: dorme pior, come rápido, respira curto, vive em microalerta.

  • Você troca sinal por história: “se eu performar, eu existo”.

Naomi Klein descreve o “doppelgänger/mundo-espelho” como uma experiência contemporânea de duplicação e distorção de identidade na cultura de mídia, marca e polarização.
No nosso vocabulário: Eu-Avatar cresce quando o Eu-Bioma fica sem voz.


3) Protocolo Eu-Bioma para navegar no Mundo-Espelho

A regra não é “parar de usar”. É não entregar a primeira pessoa.

Protocolo 3 Portas (entrada → permanência → saída)

Porta 1 — Entrada (60–90s)

Antes de abrir qualquer app:

  1. Descruzar língua + soltar mandíbula (30s).

  2. 6 expirações mais longas (sem forçar) (60s).

  3. Pergunta única: “O que meu Eu-Bioma pede agora?”
    (água? comida real? pausa? movimento? silêncio?)

Se a resposta for “água/pausa/sono”, você atende antes de alimentar avatar.

Porta 2 — Permanência (regra dos 2 marcadores)

Enquanto estiver online, você só monitora dois marcadores:

  • Marcador A (corpo): respiração curta? ombro alto? mandíbula travada?

  • Marcador B (mente): pressa moral? comparação? urgência de resposta?

Se A ou B acender, faça um “micro-reset” (15–30s):
olhar distante + 2 expirações longas + relaxar língua.

Porta 3 — Saída (30–60s)

Antes de fechar:

  1. Pergunta: “O que eu fiz aqui alimentou qual eu?” (Avatar ou Bioma?)

  2. Ato mínimo de retorno: 3 goles lentos de água ou 1 minuto andando.


Pergunta de pesquisador adolescente (testável e barata)

Pergunta: O Mundo-Espelho muda meu corpo antes de eu perceber?

Método (7 dias): antes e depois de 15 minutos de feed, registrar:

  • respiração (curta/longa),

  • mandíbula (solta/travada),

  • atenção (aberta/estreita, 0–5).

Objetivo: identificar o primeiro sinal de que o avatar tomou o volante.


Micro-prática APUS (3–5 minutos): “voltar do enredo para o sinal”

  1. Abrir território visual: olhar para longe 20s (campo amplo).

  2. Desarmar a boca: língua solta + mandíbula 10% aberta (30s).

  3. Respirar para sair: 8 expirações longas (2 min).

  4. Frase de soberania:

“Eu uso o mundo digital, mas eu moro no meu bioma.”


Referências (pós-2020) que sustentam as ideias deste texto

  • IEA (2024/2025). Energy and AI: Energy demand from AI (data centres). Ratifica: quantifica consumo elétrico de data centers em 2024 e discute crescimento e desafios de integração na rede. 

  • Li, P. et al. (2023/2025 rev.). Making AI Less “Thirsty”. arXiv. Ratifica: compila e estima pegada hídrica de IA/data centers, mostrando relevância do resfriamento e pressão sobre água.

  • Klein, N. (2023). Doppelganger: A Trip into the Mirror World. Ratifica: formula o “mundo-espelho/doppelgänger” como fenômeno de duplicação identitária na era digital. 

  • Ahmed, O. et al. (2024). Social media use, mental health and sleep: systematic review with meta-analyses. Ratifica: associa uso/problemático de redes a saúde mental e sono — condições que favorecem reatividade e “governo do avatar”. 

  • Edelson, S. M. et al. (2024). The Psychology of Misinformation Across the Lifespan. Annual Reviews. Ratifica: mostra que checagem metacognitiva e estilos de pensamento protegem contra desinformação — alinhado ao “checar sinal antes de reagir”. 

 

#eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização
Author image

Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States