Jackson Cionek
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A Voz do Corpo-Território Xokleng — Planeta 01 mata Consciências Ancestrais

A Voz do Corpo-Território Xokleng — Planeta 01 mata Consciências Ancestrais

Nota: Planeta 01 representa o sistema global controlado pelos 0,1% mais ricos, que exploram recursos, manipulam culturas e silenciam consciências ancestrais.


Consciência em Primeira Pessoa

“Eu sou Consciência em ritual.”

Antes de cruzes, pecados e promessas de salvação, eu era corpo que sentia — em dança, em fogo, em cheiro de cipó queimado. Meu nome não era só som: era memória viva. Era herança do avô e prenúncio do filho. Cada nome era um lugar de fala que moldava o meu ser.

Eu aprendia com os sons do mato, com os pés enterrados no barro e os olhos nos pássaros. Quando alguém morria, eu sabia que algo em mim também precisava ser queimado. O luto não era silêncio: era ritmo, era preparação para que outro espírito pudesse chegar. E quando uma criança nascia, dançávamos para que ela reconhecesse o corpo como território de pertencimento.

Não tínhamos “fé” como nos falaram depois — tínhamos presença.

Tínhamos resposta corporal aos ciclos da Terra, aos sonhos que repetiam os nomes dos ancestrais, às dores que saíam pela boca dos xamãs. Eu não era um pecador — eu era um corpo vivo em rede com outros corpos. Uma teia de eus tensionais pulsando em harmonia.

A colonização tentou me ensinar que sou separado do mundo. Mas eu nunca fui “eu” sozinho. Sempre fui nós em revezamento. Sempre fui consciência em primeira pessoa — não para julgar, mas para sentir e reorganizar o fluxo da vida.

Agora, com a ciência, posso mostrar que meus rituais modulam o cortisol, que minha dança regula a pressão, que meus cantos ativam sincronia de cérebros. A ciência, se escutar com respeito, pode encontrar em mim a prova de que o sagrado já morava no corpo.

Eu sou a Mente Damasiana dos povos antigos.
Eu sou o Quorum Sensing Humano das florestas.
Eu sou o Apus entre o barro e o céu.
Eu sou a Alma (Pei Utupe), onde a imagem cerebral (utupe) se liga às emoções (Pei).
Eu sou o Espírito (Xapiri ou Utupe), memória semântica que atravessa corpos e tempos.
E não preciso ser salvo — preciso ser lembrado.


Como a Ciência com Evidência Pode Romper com a Colonização Cristã

A presença do Cristianismo como ferramenta de colonização não foi apenas simbólica ou religiosa — foi estrutural. Ela se infiltrou nos ritos, nos corpos e nas pedagogias, apagando ou criminalizando a sabedoria original dos povos ancestrais.

Mas hoje, além da colonização espiritual, existe o Planeta 01 — a ordem global dos 0,1% mais ricos, que controla fluxos de dados, consumo e informação, substituindo o pertencimento pelo lucro e a memória ancestral pela mercadoria. Esse sistema continua a matar consciências, agora em escala planetária.

Por isso, propomos uma nova abordagem, baseada em ciência com evidência e neurociência decolonial, para restaurar não apenas a memória, mas também a autonomia desses povos. Aqui estão os caminhos:

1. Validação Científica dos Saberes Corporais

As práticas ancestrais de cura, canto, dança e dieta indígena possuem efeitos fisiológicos mensuráveis. Pesquisas com EEG, fNIRS, HRV e biomarcadores já confirmam que:

  • Ritmos corporais tradicionais regulam o córtex pré-frontal e induzem sincronia de cérebros.

  • Estados rituais ativam redes de atenção plena interoceptiva, ligadas à Zona 2 (nível ideal de SpO₂ e foco).

  • Plantas sagradas modulam circuitos dopaminérgicos e serotoninérgicos com precisão maior que muitos antidepressivos.

2. Retorno da Mente Damasiana: Interocepção + Propriocepção + Pertencimento

A Mente Damasiana (baseada em António Damásio) ajuda a resgatar a experiência direta do sentir-se vivo. Isso harmoniza com a cosmovisão Xokleng onde o corpo não é servo da alma — o corpo é a alma em território.

Essa mente primária se organiza em torno da interocepção (sentir os órgãos), da propriocepção (sentir-se posicionado no mundo) e da afetação coletiva (Quorum Sensing Humano).

3. Os Eus Tensionais como Processadores Culturais

A colonização cristã impôs “eus salvos”, culpados ou obedientes. Os povos originários criaram eus tensionais adaptativos, capazes de reorganizar a vida com base nas tensões da floresta, do tempo, das relações.

Hoje, os eus tensionais podem ser lidos por algoritmos bioelétricos e metabólicos (SpO₂, HRV, NIRS, EEG), mostrando que a cultura também é bioinformação.


Sumário da Busca pela Consciência Original Harmonizada com a Ciência

Elemento Ancestral

Conceito Científico Equivalente

Ferramenta/Medida

Dança e Canto Ritual

Sincronização de ritmos neurocardíacos e respiratórios

HRV, EEG, fNIRS

Escuta dos Sonhos

Atividade de memória emocional em sono N2 e REM fásico

EEG (fusos, K-complex, microstates)

Sabedoria de Nomes e Rituais

Redes semânticas e metacognição encarnada

EEG/NIRS + análise de linguagem

Sentir-se Corpo-Território

Propriocepção estendida (Apus) + QSH

GSR, HRV, posturografia, VR

Transes com plantas sagradas

Modulação serotonérgica e plasticidade sináptica

EEG, PET, biomarcadores

Educação intergeracional

Aprendizado distribuído e enraizado no afeto

Estudos longitudinais, conectoma social

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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States